O Fórum das Centrais Sindicais realizou uma manifestação na manhã desta segunda-feira, 09, para pressionar o governo Eduardo/Ranolfo (PSDB) a encaminhar a Assembleia Legislativa, com urgência, um projeto para o reajuste do Salário Mínimo Regional de 2022. O movimento iniciou na frente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, Federasul, em seguida seguiu em caminhada até o Palácio Piratini onde os manifestantes foram recebidos na Casa Civil.
As centrais defendem o reajuste imediato de 15,58%. O índice considera a reposição de 10,60% referente ao INPC de 2021 e a recuperação de 4,50% correspondente ao INPC de 2019, que não foi pago. A data-base é 1º de fevereiro.
A IMPORTÂNCIA DO PISO REGIONAL DO RS
Mais de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos dependem do Salário Mínimo Regional e sofrem com a alta da inflação nos preços de ítens básicos, como alimentação, gás e energia elétrica.
O protesto denunciou a intransigência dos setores patronais que posicionam-se contrários ao reajuste e pelo fim do Salário Mínimo do RS.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, ressaltou a situação dos mais de 12 mil funcionários(as) de escola, que recebem o salário base de R$ 620,75 e mais o completivo para chegar ao valor do mínimo regional. “Ao apresentar um reajuste que sequer considera o aumento da inflação, o governo arrocha ainda mais o salário destes profissionais, que se encontram sobrecarregados. Hoje, eles não conseguem comprar mais nada, pois precisam usar os parcos recursos para comer”, salientou.
A presidente lembrou ainda, que o Rio Grande do Sul, único estado sem reajuste em 2022, possui o mais baixo piso regional no Sul do Brasil. Segundo estudo do Dieese, o Estado paga atualmente R$ 1.305,56 para a menor faixa salarial, enquanto o valor em Santa Catarina é de R$ 1.416,00 e no Paraná é de R$ 1.617,00.
“Esta política de não reajuste do salário mínimo desconhece que os trabalhadores usam o salário não para investir fora do país ou na bolsa de valores, mas sim para comer, comprar vestuário e sobreviver. Portanto, o que recebemos volta para os empresários”, acrescentou.
URGÊNCIA
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Rio Grande do Sul (CTB), Guiomar Vidor, enfatizou que entidades como Federasul, Farsul, Fiergs e Fecomércio defendem que o povo não tenha o direito a um salário digno. “O governo está atrasado no encaminhamento dessa matéria para a Assembleia Legislativa. Queremos, mais uma vez, exigir que seja enviado em regime de urgência.”
“Valorizar o salário mínimo regional é uma forma justa de distribuir renda. Mas os empresários pouco se importam com os trabalhadores que passam fome. Não vamos desistir, estamos em um ano decisivo para a classe trabalhadora”, destacou o presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci.
Antônio Guntzel, da Federação dos Sapateiros, ressaltou que as entidades patronais, desde a Reforma Trabalhista, têm se caracterizado pela distribuição da fome e da miséria. “Estão tirando a possibilidade de os mais pobres terem comida na mesa. O que estamos pedindo não é demais, é a reposição da inflação e do INPC”, destacou.
“Para dar reajuste salarial aos trabalhadores o governo diz não ter dinheiro, mas tem para colocar 500 milhões em estradas federais e perdoar a dívida de empresários que sonegam fortunas. O governo precisa, no mínimo, ter a dignidade de mandar para a Assembleia Legislativa um projeto que recupere as perdas salariais que tivemos nos últimos anos”, ressaltou o representante da União Geral dos Trabalhadores(as) (UGT), Norton Jubelli.
GOVERNO ACENA COM REUNIÃO
No Palácio Piratini, uma comissão foi recebida pelo chefe de gabinete da Casa Civil, Jonatan Brönstrup. “O secretário assumiu o compromisso de que logo após a votação do Regime de Recuperação Fiscal vai nos chamar para debatermos com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, a discussão e o encaminhamento do projeto, que deve ser encaminhado com urgência para a Assembleia. Acompanharemos a votação, fazendo a pressão necessária, e ficaremos atentos para que a reunião se concretize”, relatou Guiomar.
COM INFORMAÇÕES MATÉRIA CPERS SINDICATO
(FOTOS CTB E CPERS SINDICATO)