A Federação dos Empregados em Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul – FEEAC-RS – realizou, nos dias 30 e 31 de agosto, encontro reunindo as direções dos sindicatos filiados com o objetivo de definir a próxima campanha salarial. Uma nova diretoria tomou posse no evento, com Henrique Silva presidente para a gestão que segue até 2023.
Henrique Silva assume a FEEAC num momento de grandes desafios do sindicalismo. Ele foi trabalhador gari e é presidente do Sindilimp Caxias do Sul. Agora vai conduzir a federação que representa mais de 70 mil trabalhadores no estado.
Agradecendo toda a equipe, Henrique destacou que a razão de existência da FEEAC é a categoria e que o trabalho deve ser pela busca de condições mais dignas de vida, permitindo a mudança positiva da realidade do trabalhador. “O debate realizado no encontro foi muito rico, pois conseguiu discutir variados aspectos do nosso segmento. Assim temos condições de buscar a unidade e apresentar propostas para a realidade que se apresenta. Isso permite que a nossa campanha salarial também seja propositiva”, declarou Henrique no discurso de posse.
Ampliar a representatividade dos trabalhadores em asseio e conservação e limpeza urbana, considerando os terceirizados, será uma meta de Henrique e para isso contribui a filiação da FEEAC à UGT – União Geral dos Trabalhadores – uma decisão da plenária do encontro. A Federação vai se somar à Confederação e aos 80% dos sindicatos do setor que já estão na abrangência da UGT. O presidente da União Geral dos Trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul, Norton Jubelli, ao lado do Secretário de Relações Institucionais da UGT Nacional, Miguel Salaberry Filho, acompanharam a filiação.
Prestigiaram a posse da nova diretoria da FEEAC representantes de várias organizações. Sérgio de Almeida representou o Sindasseio e o Benefício Social Familiar foi representado por Rogério Almeida, enquanto Neucir Pakoski participou em nome do Sindilimp Florianópolis e da Fevasc.
Dirceu de Quadros Saraiva, que presidiu a FEEAC até então, recordou o processo de criação e fortalecimento da entidade, expôs o orgulho em ter participado dessa história e se colocou à disposição da nova diretoria. Dirceu foi agraciado com uma placa de homenagem na sua despedida do cargo.
Desafios da atuação sindical no cenário atual
O primeiro painel versou sobre conjuntura nacional e internacional e contou com a presença de Moacyr Pereira , presidente da Conascon – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Áreas Verdes. Moacyr fez uma retrospectiva política desde a ditadura militar, abordando a importância da democracia e os erros e acertos de cada governo em relação à economia e no diálogo com a sociedade. Analisando o período atual, definiu o cenário político como “pior possível”, demonstrando preocupação com as declarações e atos do governo federal. Observando o contexto internacional, Moacyr relatou realidades da atuação sindical em outros países: “A Organização Internacional do Trabalho (OIT) não está dando conta de resolver os ataques que os governos neoliberais estão fazendo pelo mundo”, alertou.
Roberto Nolasco, diretor do Instituto de Altos Estudos da UGT – União Geral dos Trabalhadores, explicou os desafios do movimento sindical na atualidade, considerando as novas tecnologias, o contingente de trabalhadores sem carteira assinada e as aspirações dos jovens que ingressam no mercado de trabalho. Destacou as reformas previdenciária e trabalhista como conflitantes com os direitos dos trabalhadores e as reformas tributária e sindical como oportunidades de mudanças que podem ser positivas se contarem com a participação dos movimentos sociais. “O mundo está mudando e precisamos nos preparar, as entidades precisam se adequar a uma nova realidade”, afirmou. Nolasco disse que é importante que o movimento sindical concentre esforços no relacionamento com o Congresso Nacional.
Para o advogado Alex Tapia, assessor da FEEAC-RS, o mundo vive um período de transformações muito rápidas, mas a crise é uma oportunidade histórica de construir algo novo: “Precisamos trazer para dentro da atuação sindical a superação do economicismo e sermos a voz dos que são excluídos pelo sistema capitalista.” Alex fez uma apresentação sobre a mudança de paradigma que coloca a Convenção Coletiva como instrumento estruturante e regulatório, tanto para os trabalhadores como para o patronal”.
O encontro analisou os dados sobre a realidade local da categoria, a partir dos impactos das mudanças sociais, demográficas e econômicas no setor. A partir disso, foram discutidas propostas que serão levadas para as assembleias regionais, no sentido de compor a pauta de reivindicações da categoria nas negociações com o patronal.
Em todos os momentos do encontro, os integrantes da diretoria da FEEAC tiveram a oportunidade de integrar as mesas e os dirigentes sindicais puderam opinar sobre os temas.
Galeria de fotos do encontro da FEEAC-RS – Fotos de Ricardo Barp